Sempre me perguntei: O que leva uma pessoa a agredir outra devido a sua condição sexual?
Baseado nesse questionamento e na minha forma de ver a vida, decidi fazer a minha parte.
Como trabalho em um ambiente onde crianças, jovens e adultos tem um convívio continuo, comecei a observar os seus comportamentos.
Logo na primeira semana notei algo diferente com um desses meninos.
Um adolescente de dezesseis anos, que vou chamá-lo de”J”, comunicativo e brincalhão, ficava tenso, se calava, e com o olhar assutado, sempre que outro adolescente, que vou chamá-lo de “A”, se aproximava..
Ao notar essa brusca mudança de comportamento, eu comecei a observa-los diariamente e a distância.
Não demorou muito e eu percebi o porque daquele comportamento.
Toda vez que o “A” chegava, ele começava a rir, fazer piadas com o comportamento e trejeitos do “J”.
Ao ver aquele comportamento, me esforcei para não ir até lá e cobrar uma satisfação daquele rapaz tão jovem e já tão pré-conceituoso e homofóbico.
O que eu não sabia era da surpresa que eu teria nos próximos dias...
Certa manhã cheguei ao meu trabalho e assim que abrir a unidade, o “J” chegou, não demorou muito e o “A” também entrou pelo portão. Como estávamos sozinhos, decidi fazer um teste, coloquei ambos lado a lado.
Qual foi a minha surpresa quando me aproximei, e vi na tela do computador, uma conversa entre ambos.
Na conversa eles estavam marcando um encontro sexual.
Fiquei sem reação, e não consegui interferir. Deixei ver até onde aquela conversa ia, e ela terminou com a confirmação do local onde o jovem agredido iria transar com o seu agressor.
Mediante a essa situação questionei:
Quantos outros gays também não estão se exitando, fantasiando e dormindo com os seus agressores?
Será que a sua vida vale uma gozada?
Quando gays não estão apoiando a homofobia?
É caso para se pensar, debater e mudar.
Se muitos gays se sujeitam a dormir com aqueles que os ofendem, humilham, maltratam, como a sociedade, ou a outra parte de gays, que é contra esse comportamento, conseguirá impor respeito e lutar contra esse tipo de comportamento e ataques constantes que vem acontecendo?
Pense...
JONATAS SILVA MACEDO