19 de mar. de 2012

SEI

Eu sei que eu não sei...
Se eu sei, porque não sei?
Se eu realmente soubesse, será que de verdade saberia?
Sim, eu sei...
Não sei...
Sei?
Não sei se sei...
Nada sei...
Tudo eu sei...
Sei...
Saberei...
Saberia?
Aprenderei...
Eu ja sei...
Nunca saberei se sei...
Só sei que não sei tudo o que sei.


JONATAS SILVA MACEDO

2 de mar. de 2012

SAINDO DA CASA DOS PAIS

Era o filho mais novo e tinha três irmãos...
Pela mãe, havia sido muito mimado, seus irmãos apanhavam ele não, era o mais novo não podia... Nunca se quer levou um tapa...
Perante os irmãos, era o irmãzinho, o protegido... Eles sempre o defenderiam...
Toda essa proteção não o fizeram um mal carater, entretanto era nítida a sua mesquinharia e egoísmo, que até ele mesmo logo percebeu e não quiz envelhecer assim...
Arrumou suas coisas e decidiu sair de casa. Deixou para trás o seu quarto e toda a comodidade da casa paterna sem se importar com o comprometimento que o seu salario teria. Sim, o que antes era gasto com baladas, festas, bares e roupas, teria que ser pupado para a sua nova vida...
Ele arriscou, saiu do seu mundinho de Peter Pam, abandou a terra do nunca; do nunca precisarei de ninguém, do nunca me sentirei só, nunca deveria ter tido os meus irmãos, nunca comerei essa bolacha sem marca.
Conheceu a realidade e se chocou...
Era fim do mês e o aluguel estava vencendo... Poderia voltar para a casa dos pais, poderia ter tudo o que era seu por direito de volta; mas ele quiz pagar a luz, a água, o telefone...
Abriu o armário e percebeu que os alimentos estavam acabando... Teve que optar entre repor o que faltava ou ir á festas com os amigos...
Ficou com a segunda opção e se lembrou de quando vivia com sua mãe, das reclamações que fazia, das marcas dos alimentos que exigia... Percebeu que nem sempre poderia ter tudo com a qualidade e o preço que exigia...
Viu os seus amigos sairem e ele não poder ir pois estava sem dinheiro...
Mas quem tem amigo, apenas um que seja, nunca fica só, este sempre da um jeito... Ele tinha poucos, corrigo, ele tinha apenas um amigo assim... E foi nesta etapa de sua vida que ele inseriu colega em seu vocabulário passando a usar bem menos o adjetivo amigo.
Não eram raras as noites em que se sentia só... E era nessas noites que lamentava pelos dias em que desejou ser sozinho, o filho único...
Sentiu a falta dos irmãos, das brigas, brincadeiras e sorrisos...
Pensou em largar tudo, voltar para a antiga vida, seria mais facil...
Mas não podia se tornar um analfabeto na escola da vida...
nõ podia ser covarde, um moleque mimado, receoso... 
Persistiu, estudou, fez provas e na escola da vida foi aprovado...
Se tornando homem, honrado e com carater...
Hoje vai na casa da mãe e os dois passam horas conversando, o que antes era um dialogo entediante maternal, hoje é a mais das divertidas conversas...
Sua mãe, se tornou sua referencia, sua melhor amiga...
Ainda hoje ele sente um frio na barriga ao ver o fim do mês chegar, fica apreensivo ao ver o dia do vencimento das contas do mês se aproximando...
Mas ele não é mais menino, é um homem... Maduro... Sabe lutar, superar, encarar a vida... 
Todos deveriam se matricular nesta escola da vida, amadurecer, perceber que existe um mundo além dos portões da casa dos pais, que para sair de casa não necessariamente você precisa casar...
Enxergar a vida como ela é, enxegar as pessoas, sim existem outras pessoas no mundo além de você...
Semelhantes, pessoas como você, humanas, e não objetos...
Obejtos humanos com uso exclusivo para realizações de um adulto-infantil mimado...
Eu sou Jonatas Silva Macedo, e o homem descrito neste texto sou eu...


JONATAS SILVA MACEDO