Há tempos, me pego pensando sobre qual seria a verdade sobre a adoração e o temor que devotamos ao Deus cristão...
Logo que passamos a compreender as palavra humanas, ouvimos falar sobre um Deus que criou o céu, a terra, o universo e tudo o que neles habita. Esse mesmo Deus, centenas de anos mais tarde, envia a terra o seu único filho, para que na forma humana, vivencie todas as nossas sensações e por fim morra para que nós possamos um dia, subir ao céu, lugar onde ele vive, e assim como ele se fez humano, nós nos tornarmos santos, pequenos cristos....
O que me intriga nessa magnifica história, é a sua segunda parte, onde fica claro que qualquer ser humano que ousar desacreditar de tais fatos mencionados e não adorar, seguir os mandamentos impostos por esse Deus, será condenado a viver eternamente em um lugar de tormenta, onde a há dor, tristeza, choro e ranger de dentes; o inferno.
Mas para a frente, no seqüencial dessa história, esse mesmo Deus entrega a cada ser humano, um poder de escolha, denominado livre-arbítrio. Junto com essa chance de escolha, nos vem uma alerta: “Todas as coisas me convém, porém nem tudo me é licito” Ou seja, essa liberdade de escolha se limita as vontades impostas as crenças cristã.
Mediante a todos esses relatos, os homens tende à fazer uma escolha, servir à Deus, ou procurar outras crenças religiosas e condenar as suas almas ao inferno.
Entretanto, não há comprovações cientificas de que realmente exista um céu, ou um inferno, nem de que tudo foi criado por um Deus. A lei da criação se baseia na teoria de Darwin. Mesmo sem provas reais de que tudo foi criado por um Deus, a maioria da humanidade não ousa pagar para ver; eles juram amar a Deus sobre todas as coisas, dizem ansiar pelo dia em que irão para o céu encontrar com o seu cristo, abraçá-lo e então viver em um paraíso. Há um trecho no livro: Se eu pudesse viver minha vida novamente – Rubem Alves, que diz: “...Não conheço nem uma pessoa que esteja ansiosa por deixar as pequenas alegrias desta vida para gozar eternamente a felicidade celestial perfeita. As pessoas religiosas que conheço cuidam bem da saúde, caminham, fazem hidroginástica, controlam o colesterol, a pressão, a glicemia... Elas querem continuar por aqui. Não querem partir...” O que concluo com essa observação, a qual faço minhas palavras, é que não há um verdeiro amor por Deus, uma verdade nessa tal ansiedade em ir viver no paraíso, o que há é um medo de que na hora da nossa partida sejamos banidos para o inferno.
Se privar daquilo que realmente quer fazer, viver temendo a sentença que lhe será imposta quando deixar de viver, não é viver. Mentir dizendo amar um deus, abraçar uma causa na qual não se tem prazer, é covardia. A realização pessoal está em fazer o bem, sem querer nada em troca, sem querer agradar um deus para que no futuro ele te poupe de uma condenação infernal. Crer em Deus é acreditar nos seus sonhos, é buscar suas realizações, é se arriscar, lutar, insistir. Crer em Deus é não temer, é viver, não vegetar... Amar a Deus é amar a vida, as coisas que na vida há. Amar a Deus é não julgar, não apontar, não se importar. Amar a Deus é não temer, é não passar a vida inteira, na tormenta da incerteza sem saber qual sorte terá quando essa vida deixar. Crer em Deus, não é crer no céu ou no inferno, é acreditar que se estamos em vida temos que viver, viver intensamente, sem levar tão sério tudo o que os livros juram ser a mais pura verdade.
Jonatas Silva Macedo
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